Já tenho lido merdas que parto o coco a rir...
Mas esta é demais!!!Parabens ao autor "Zethi"
Álvaro era o maior punheteiro de sua turma de amigos já na infância, quando tinha lá seus 12, 13 anos. Não tinha um só dia em que o rapaz não batia duas ou três bronhas na privada de seu quarto. Uma de manhã, depois de acordar, uma depois do almoço (“pra facilitar a digestão”) e uma antes de dormir, pra relaxar.
Nos fins de semana, quando não precisava ir para a escola, o número se multiplicava. Cinco punhetas aos sábados e mais cinco aos domingos eram uma boa média. Aquilo, no entanto, se tornou uma obsessão. Com o passar dos anos, Álvaro começou a se desafiar. Certa feita, estabeleceu uma meta: bater 15 punhetas num sábado.
Era aniversário de seu avô, que completava 70 anos com um grande churrasco, mas o rapaz optou por ficar em casa. Ficaria o dia inteiro em seu quarto para cumprir a meta estabelecida. Álvaro acordou cedo (colocara o despertador para tocar às 7h30). Às 8h, já gozara a primeira do dia. Faltavam-lhe mais 14 descascadas. E assim, com intervalos de 45 minutos, em média, era uma boa ida ao banheiro. Usava revistas, filmes pornôs (sempre com duas gatas se pegando) e pensava nas amigas e colegas gostosas para se animar.
Com o passar dos anos, ao chegar à idade adulta, a coisa só piorava. No trabalho, pedia licença nas reuniões para ir ao banheiro. Qualquer coisa lhe dava vontade de bater uma punheta. O chefe ligava e lhe dava uma bronca? Punheta. A secretária lhe dava um sorriso mais bonito? Punheta. Ele ganhava um novo cliente? Punheta. O dia tinha sido estafante? Punheta. Quando se tornou chefe, sem que ninguém entendesse, pediu a instalação de uma tevê portátil em seu banheiro. Explicou que precisava ficar o tempo todo ligado nos telejornais. Bobagem. Queria mesmo era ver pornografia pesada.
E a questão não era falta de sexo. Bonitão, Álvaro era o maior comedor do escritório. Estava sempre a bolinar as moças a sua volta. Com Ana, uma de duas namoradas, passava 3 horas no motel. Dava três trepadas. Chegava em casa e, antes de dormir, batia uma punhetinha sagrada. Na vida adulta, sua média eram cinco punhetas diárias, tanto durante a semana quanto aos fins de semana.
Ficou noivo de Clarice, uma gostosa sem precedentes que trabalha num escritório instalado no mesmo prédio do emprego de Álvaro. Transavam como loucos. Mas Álvaro não deixava a punhetinha. Ao contrário. No dia do casamento, a tensão lhe fez bater 9 punhetas. A sexta bronha foi batida 5 minutos antes de Clarice entrar na igreja. Sim, Álvaro bateu uma punhete pré-nupcial no banheiro do padre Augusto.
Durante a festa do casório, Álvaro batera mais duas. Durante a noite de núpcias, entre as duas trepadas daquele noite, outra punhetinha amiga. O casamento, porém, era feliz. Até o dia que Clarice começou a desconfiar da maluquice do marido.
Começou a reparar nos barulhos do banheiro durante os banhos matinais do esposo. Descobriu revistas pornográficas, vídeos escondidos e coisas do tipo. Um belo dia, pegou-o no flagra, às 3h25, batendo punheta em plena madrugada. Tiveram uma conversa séria. “Não sou doente. Apenas gosto de uma punhetinha, meu amor. São 4 ou 5 por dia, coisa pouca”, justificou o marido.
A frase não mereceu qualquer resposta. Dois dias depois, Álvaro estava no P.A., os Punheteiros Anônimos. Chegou atrasado para uma reunião do grupo, num bairro discreto da cidade. Uma sala com iluminação razoável, dez cadeiras postadas em círculo e homens de todo tipo participavam do encontro. Um senhor com barba ruiva de uns 65 anos. Um garoto de 17, com uma camisa do Che.
Um nerd de 30 anos com uma blusa do Atari. Um gordinho de 30 e poucos anos, que trajava um boné do Yankees, estava com a palavra. De pé, falava: “Olá, amigos, estou há 9 dias sem bater uma bronha. Tem sido um grande esforço, mas é reconfortante saber que consigo resistir. Há dois dias, joguei fora todas as minhas revistas de sacanagem. Os DVDs ainda estão lá. Não consegui doá-los, mas sei que é questão de tempo”, falou, para depois receber um aplauso efusivo dos companheiros.
“Boa noite, sente-se conosco”, disse um deles, ao virar-se para Álvaro. Ele obedeceu. Ouviu algumas história semelhantes à dele. Mas nenhuma tão intensa. Quando o rapaz revelou seu recorde de 15 punhetas em um só dia, viu os companheiros boquiabertos. Sentiu-se mal com aquela surpresa. Imaginou que pudesse encontrar ali ajuda e conforto e não incredulidade.
Deixou o P.A. para nunca mais voltar. Procurou, então, um sexólogo. Em terapia de casal com o especialista, Álvaro e Clarice, enfim, encontraram a solução. Todas as punhetas de Álvaro, a partir daquele dia, seriam batidas pela esposa. No trabalho, ele teria de se segurar, mas em casa, em locais públicos, no trânsito, em casamentos, cemitérios, na casa da sogra ou em qualquer outro recinto no qual a esposa pudesse estar junto, caberia à ela o trabalho de tocá-lo. “A bronha, meu amor, agora é por minha conta”, dizia Clarice ao esposo, a cada punheta. Viveram, assim, felizes para sempre.